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Aprendendo com os dados da pandemia - Parte 1

Iniciaremos esse post cantando Beatles mais uma vez: “Oh, I get by with a little help from my friends..." E como bons amigos, a Bevert irá trazer alguns conselhos, analisando a mais recente pesquisa do SEBRAE sobre os impactos da pandemia nos pequenos negócios!

Aprendendo com os dados da pandemia - Parte 1

Contexto:

Para muitas pessoas, os assuntos relacionados à pandemia já atingiram aquele nível de “apenas pare, pfvr”. Mas uma coisa é bastante clara: apesar das práticas cada vez menores de distanciamento, a pandemia não acabou. Além disso, gostamos de frisar sempre que o importante nesse momento é repensar o que aprendemos durante esses tempos difíceis, colocando em prática todos os nossos aprendizados assim que possível.

E alguns dados que foram levantados pelo SEBRAE durante os meses de abril e maio de 2020 podem gerar insights e reflexões valiosas para diversos empreendedores brasileiros. Estamos falando de números que podem ajudar a não nos sentirmos um peixe fora d’água quanto à nossa situação financeira atual até indicadores que demonstram algumas oportunidades para o futuro. Uma coisa é certa, os dados do estudo “O impacto da pandemia de corona vírus nos Pequenos Negócios” são super interessantes e iremos apresentar alguns a seguir.

1 - O faturamento caiu (pra quase todo mundo)

No geral, 89% das empresas pesquisadas em todos os 22 segmentos analisados pelo SEBRAE durante a pandemia tiveram diminuição em seu faturamento mensal. Alguns segmentos sofreram impactos menores, mas ainda assim tiveram um grande número de empresas com resultados negativos. Por exemplo, o setor que menos sentiu o impacto em seu faturamento foi o de petshops e serviços veterinários, mas 74% das empresas do setor tiveram diminuição em seu faturamento mensal. Ou seja, mesmo os melhores números ainda são surpreendentes.

 

Faturamento_Pandemia
O que aconteceu com seu faturamento mensal?
Fonte: SEBRAE

 

Um outro dado interessante sobre a situação do faturamento mensal das empresas pesquisadas é a quantidade de respostas “não sabe/não respondeu”. Mesmo levando-se em conta a possibilidade de o pesquisado desejar sigilo sobre seus dados, essa opção supera as alternativas “manteve-se igual” e “aumentou” em diversos casos. Ou seja, podemos estar diante de um grande número de empresários que não tem conhecimento sobre suas finanças em tempo real, para que possam afirmar qual a situação de seu faturamento. Isso tudo perante a maior crise dos últimos 100 anos!

2 - Mais empresas estão online (mas ainda falta muito)

A presença no mundo digital cresceu no ambiente empresarial durante a pandemia. Quem não utilizava as redes sociais para impulsionar suas vendas e contato com o cliente, começou a utilizar. Quem não cogitava criar um e-commerce, criou. Correto? Hmmm... em partes, sim. Segundo os dados coletados pelo SEBRAE, uma grande parcela de pequenas empresas ainda não aderiu às estratégias digitais. Dentre 10 medidas possíveis, incluindo venda via redes sociais, vendas online através de apps, vendas online via site, propagandas pagas na internet e até mesmo home office, a ampla maioria das empresas disseram que não adotaram nenhuma das medidas citadas pela equipe de pesquisa. No gráfico abaixo, ressaltamos duas das medidas pesquisadas que dão o tom quando o assunto é gestão digital, gerenciamento das contas bancárias através de apps e propagandas pagas na internet.

 

Medidas_Pequenas_Empresas_Pandemia_Coronavírus
Medidas que decidiu iniciar por causa da crise de corona vírus 
Fonte: SEBRAE

 

O gráfico acima demonstra uma face cruel do país que foi descortinada durante a pandemia: a desigualdade digital. Enfrentar filas bancárias e apostar em faixas nas avenidas ainda é uma triste realidade dos empreendedores brasileiros. Agora, imagine fazer todas as contas para seu fluxo de caixa em papel e lápis!

3 - Empréstimos serão tomados (se os empresários souberem que precisam...)

...e se os bancos liberarem, claro. Mas trataremos disso mais adiante. Por hora, basta reconhecermos um dado estarrecedor: 59% das empresas pesquisadas necessitarão de empréstimo para manter as suas operações sem gerarem demissões. Nos primeiros lugares dessa triste lista, estão aqueles negócios que foram diretamente impactados pela menor circulação de pessoas, como as oficinas e as academias.

 

Necessidade_Empréstimo_Pandemia_Coronavírus
Você precisa(rá) pedir empréstimos para manter seu negócio/empresa em funcionamento sem gerar demissões?
Fonte: SEBRAE

 

Entretanto, novamente o dado “não sabe/não respondeu” gera dúvida e preocupação. No geral, 21% das empresas pesquisadas dizem “não saber” ou “não quiseram responder” à pergunta. Em conjunto com os dados mencionados no primeiro tópico, é possível imaginar que grande parte desses empresários não possuem dados e informações para sequer reconhecerem a necessidade de tomarem empréstimo nesse momento, o que torna tudo ainda mais preocupante.

Além disso, a situação fica ainda mais angustiante devido a – já conhecida - falta de aderência entre a dinâmica bancária e os anseios dos pequenos empresários. No geral, 19% dos empreendedores pesquisados disseram que já tentaram buscar empréstimo bancário em algum momento de sua carreira, mas não conseguiram. Além disso, uma ampla maioria dos que buscaram seus empréstimos em bancos tiveram seus pedidos negados, o que os levou a buscarem ajuda financeira com parentes, amigos, ou a entrarem no cheque especial.

Conclusão

A pandemia afetou as pequenas empresas em cheio, em diversas frentes. Os empresários tiveram de se reinventar em pouco tempo e qualquer atraso na resposta pode ter sido fatal. Entretanto, cabe destacar que o cenário que a pandemia tomou em solo brasileiro também serviu como catalisador para diversos problemas financeiros que as empresas brasileiras já enfrentavam. Por exemplo, 61% das pequenas empresas brasileiras possuem dívidas e/ou empréstimos em aberto nesse momento. Mais da metade (33%) está em atraso.

Entendemos que os esforços que estão sendo despendidos agora não podem ser ignorados futuramente. É possível conquistar uma gestão financeira saudável, digitaleficiente e ativa, assim como projetar e elaborar planos de emergência para momentos como o atual. Com um maior volume de dados e informações sobre nossa própria empresa, estaremos muito mais preparados para os desafios do futuro!

22 de Junho de 2020

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